A oncologia veterinária é a especialidade que trata do câncer / tumores malignos nos animais. Assim como em humanos, cães e gatos também podem desenvolver neoplasias. A área da oncologia tem visto a necessidade de se desenvolver cada vez mais, devido ao aumento da expectativa de vida dos animais, decorrente do desenvolvimeto de novos tratamentos, rações de boa qualidade e ao fato dos animais serem cada vez mais membros de suas famílias. Por isso, ao longo dos anos a especialidade avança cada vez mais para cuidar dos pets que sofrem com a doença.
Existem muitos fatores que podem ocasionar a doença, dentre eles a genética, sendo que algumas raças são mais predispostas, a idade, mutações no DNA ocorridas ao longo da vida do animal, algumas patologias também podem ser gatilhos para desenvolvimento de neoplasias tanto em gatos como em cães, exposição dos animais à radição solar e produtos químicos diversos, poluição, causas hormonais.
É muito importante citarmos aqui que a castração precoce (tanto em machos quanto em fêmeas) é um excelente método de prevenção de neoplasias, a exemplo da hiperplasia prostática benigna em cães machos e neoplasias mamárias benignas ou malignas em cadelas ou gatas.
Tipos de câncer
Dizemos que é câncer os tumores considerados malignos. Existe uma variação muito grande de tipos de tumores malignos, podemos resumir para um fácil entendimento da seguinde forma, os carcinomas são tumores malignos de células de revestimento tanto em pele quanto em órgãos, os sarcomas são tumores malignos originados de tecidos mesenquimais, existem ainda os tumores de células redondas como o mastocitoma e o melanoma e o câncer hematopoiéticos como o linfoma e as leucemias.
Entre os principais tipos de câncer que se desenvolvem em pequenos animais está o câncer de mama, de fácil diagnóstico clínico, e pode estar relacionado a fatores hormonais pelo fato do animal não ser castrado, ou ter passado pelo procedimento tardiamente.
Os tumores cutâneos manifestam-se na pele. Procure o médico veterinário diante de qualquer aumento de volume no seu animal, o diagnóstico precoce aumenta chances de cura ou a sobrevida. Animais de pelagem clara e pele rosada não devem ficar expostos ao sol, isso é um fator importante predisponente ao câncer de pele.
Não podemos deixar de citar os hematopoiéticos, que atingem as células formadoras de tecido sanguíneo, gerando linfomas e leucemias nos animais e podem causar a famosa íngua ( aumento de linfonodos) no animal.
Sinais de neoplasias em pequenos animais
Cada tipo de câncer pode se manifestar de formas diferentes, no entanto entre os principais sinais podemos destacar: apatia, manchas ou ulcerações ou aumento de volume na pele, formações pedunculadas ou verrucosas, diarréia e vômitos; aumento de volume abdominal; perda de peso sem motivo aparente; atrofia muscular ( principalmente de musculatura temporal), dificuldade para respirar, comer e engolir, sangramentos nas fezes, urina, narinas, boca ou condutos auditivos do animal.
Diagnóstico e Tratamento
Vale ressaltar que quando diagnosticado precocemente alguns tipos de neoplasias podem até ter serem curados e quando não podemos observar aumento da qualidade de vida bem como a sobrevida. Por isso, é importante que o animal tenha um acompanhamento veterinário periódico, principalmente animais de meia idade a idosos.
O diagnóstico consiste na observação dos sinais clínicos, exames de imagem como ultrassonografia e radiografias bem como exames de sangue. A tomografia também pode ser necessária em casos mais específicos. Dentre os exames mais voltados para a oncologia podemos citar a citologia aspirativa e a biópsia.
Sobre o tratamento, existem duas formas principais na oncologia veterinária:
Curativo: que consiste em um tratamento com expectativa de cura do animal, ou pelo menos de uma longa sobrevida, já que falar de cura quando se trata de câncer pode ser um pouco complicado, a cura ou não, vai depender do tipo de neoplasia e do tratamento aplicado como cirurgias para remoção do tumor e procedimentos posteriores como a quimioterapia, radioterapia.
Quando falamos de quimioterapia a nossa tendência é associar com a quimioterapia feita em humanos que debilita muito e causa fortes efeitos colaterais, isso pode acontecer nos animais porém em menor intensidade, as doses aplicadas em animais são menores, estabelecidas em literatura , mas com menor efeito colateral e causando menos debilidade aos animais, eles tendem a aceitar bem e viverem melhor após o procedimento.
Alguns tumores de pele, bexiga, e tumores perianais tem como tratamento mais indicado a eletroquimioterapia. Este procedimento permite que uma terapêutica intitulada eletroporação seja vinculada à tradicional quimioterapia. Por meio deste procedimento, pulsos elétricos de elevada voltagem são desferidos nas membranas das células, até mesmo nas geradas por tumores, tudo em um mínimo intervalo de tempo, gerando frestas efêmeras e assim proporcionando a absorção dos elementos presentes nas proximidades da esfera celular interna.
Desta forma os elementos quimioterápicos possantes, porém com reduzido poder de dissolução na película celular, ganham um potencial muito superior ao convencional no momento em que são aplicados e, sem prejudicar expressivamente as células, são nela infiltrados, provocando a destruição das unidades tumorais.
Este tratamento é inovador na monitoração localizada das proliferações celulares tumorais compactas. A técnica se resume a ministrar a substância que combate as neoplasias logo depois do processo de eletroporação. A terapia se distingue pela baixa incidência de resultados colaterais, por não ocasionar mutilações na maior parte dos pacientes submetidos a esta terapêutica, e pela constante eficácia, mesmo nos casos em que é necessário repetir o procedimento.
A Eletroquimioterapia tem dado retornos significativos no combate a carcinomas e sarcomas, não só no cuidado dos humanos, mas também no dos animais. As pesquisas estão progredindo rapidamente e já podem oferecer perspectivas animadoras quanto à possibilidade desta terapia se tornar uma alternativa às terapêuticas tradicionais.
Paliativo: o tratamento paliativo é uma abordagem para o tratamento crônico da doença, ou seja, quando o tumor já está em um estágio mais avançado e não há perspectivas de cura, então procedimentos são feitos apenas no intuito de aliviar o sofrimento do animal e proporcionar qualidade de vida..
Na VetVita Especialidades Veterinárias o serviço de Oncologia é realizado pela Dra. Roberta Tognareli Ruiz